A evolução da sustentabilidade

As certificações de sustentabilidade no mercado imobiliário foram um grande marco que modificou a indústria imobiliária ao longo das últimas décadas. A urgência da crise climática e o avanço do conhecimento e consciência global, no entanto, empurram o mercado para objetivos ainda mais ambiciosos, como os projetos carbo-negativos e regenerativos. Para falarmos sobre eles, é importante esclarecermos alguns conceitos fundamentais:

O papel do Carbono:

As emissões de carbono, especialmente em forma de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa (GEE), são os principais impulsionadores do aquecimento global e das mudanças climáticas antropogênicas. Este elemento é uma medida chave nos cálculos de sustentabilidade devido ao seu papel central nas mudanças climáticas. A gestão eficaz das emissões de CO2 e GEE é crucial para mitigar(ou reduzir?) tais efeitos

As Certificações (selos) de Sustentabilidade:

As certificações de sustentabilidade em construção são distintivos que confirmam e validam a performance sustentável de edifícios e empreendimentos. Essas certificações são concedidas a projetos que cumprem critérios específicos relativos a aspectos ambientais, sociais e econômicos. Alguns exemplos são o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design); BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method); e, nacionalmente, o Selo Casa Azul. Falamos com mais detalhes sobre os selos no texto selos de sustentabilidade. 

Net-zero: Equilíbrio

No mercado imobiliário, “net zero” se refere a edifícios ou empreendimentos que alcançam emissões líquidas de carbono zero ao longo de seu ciclo de vida operacional. Isso significa que esses edifícios produzem, em média, a mesma quantidade de energia renovável que consomem e também compensam quaisquer emissões restantes de gases de efeito estufa, garantindo um equilíbrio entre as emissões produzidas e removidas. 

Carbo Negativo: Além da neutralidade

Edifícios “carbo-negativos” vão um passo além, removendo mais carbono da atmosfera do que emitem. Estes projetos ambiciosos utilizam práticas de design sustentável, materiais de baixo carbono e tecnologias e sistemas de energia renovável e o investimento em projetos de compensação de carbono, como reflorestamento ou conservação de ecossistemas naturais.

Arquitetura regenerativa

A arquitetura ou urbanismo regenerativo é uma abordagem inovadora que vai além da simples sustentabilidade, buscando ativamente restaurar e regenerar os sistemas naturais e sociais em vez de apenas minimizar os impactos negativos. Essa abordagem reconhece que os edifícios e os espaços urbanos podem desempenhar um papel positivo na promoção da saúde do ecossistema local, da biodiversidade, da qualidade do ar e da saúde humana. Utilizando técnicas como design biomimético, uso de materiais de baixo impacto ambiental, sistemas de energia renovável, práticas de gestão da água e integração com ecossistemas naturais.

Essa abordagem holística busca não apenas minimizar os impactos negativos da construção e urbanização, mas também deixar um legado positivo para as gerações futuras e para o planeta como um todo.